Cidade de Manaus, Amazonas. The Bible in the World, Março de 1914, p. 66
Trechos do artigo In the Amazon Valley, escrito pelo colportor Sydney W. Smith (?-1916), e publicado na revista The Bible in the World, Fevereiro de 1914, p. 55-58.
“Pelo fim de Julho passado, com o Colportor João Ferraz, e eu fizemos uma viagem pelo Rio Madeira acima, ao longo da ferrovia Madeira-Mamoré, e dentro da Bolívia junto ao Rio Beni até Riberalta. Ao todo, de vapor, lancha, barco a motor, trem, e canoa, nós cobrimos 4.000 milhas. Do Pará a Manaus, é uma jornada de cinco dias em um barco fluvial comum. Os transatlânticos fazem a viagem em três dias. Devido à quebra de um eixo da hélice, levamos nove dias para chegar a Manaus, a capital do Estado do Amazonas. Ali nós permanecemos por uma semana. [...] O colportor João Ferraz esteve trabalhando em Manaus por uns poucos meses, mas ele encontrou grande dificuldade em vender Bíblias entre um povo que tinha pouco desejo de ouvir as coisas de Deus. Quando o vapor foi reparado, ele se uniu a mim em minha jornada subindo o Rio Madeira. [...] Dez dias depois de deixar Manaus, nós chegamos a Porto Velho, o término da Ferrovia Madeira-Mamoré, o lugar onde nosso real trabalho de colportagem começa. [...] Pela bondade do superintendente da ferrovia, fomos capazes de viajar com passe livre por causa do propósito de vender Bíblias. [...] Nós passamos uns poucos dias em Porto Velho, oferecendo Bíblias à venda com bastante bom sucesso. Tudo é muito caro nesta região, e se não fosse pela bondade do superintendente da ferrovia, que nos deu embarque e hospedagem gratuitos enquanto estávamos em Porto Velho, seríamos muito infrutíferos em nosso trabalho. Em 27 de Agosto nós partimos ao longo da ferrovia em rota para a Bolívia. Os únicos lugares de paradas são os acampamentos dos trabalhadores da ferrovia, e em cada um destes lugares distribuímos Evangelhos entre os homens, que os receberam com gratidão. [...] Ao anoitecer nós chegamos a Abuna. Este lugar consiste de uma rua [...] Tão longo que jantamos, nós navegamos adiante com nossas Bíblias e passamos o anoitecer visitando o povo. [...] No dia seguinte chegamos ao término da linha, Guajará-Mirim, e permanecemos lá por três dias. No hotel onde nos hospedamos, nos vimos no meio de um grupo de espanhóis anarquistas. Eles zombaram e escarneceram da Bíblia, de nós, e de todas as coisas religiosas, enquanto um deles ficou de pé na entrada do hotel, e gritava em tom jocoso: ‘Se vende la Biblia’ (Bíblia à venda). Cada vez que ele gritava, seus amigos davam risadas estrondosas, e eles se mantiveram fazendo isto, uma hora ou outra, durante todo o tempo que estivemos lá. Apesar disto, contudo, vendemos um bom número de Bíblias nesta vila. O proprietário do hotel comprou uma Bíblia em espanhol. [...]
Mapa de parte da região Norte do Brasil. The Bible in the World, Fevereiro de 1914, p. 55
Trechos da conclusão do artigo In the Amazon Valley, escrito pelo colportor Sydney W. Smith (?-1916), e publicado na revista The Bible in the World, Março de 1914, p. 73-76.
"De Guajará-Mirim, onde a ferrovia finda, nós retornamos para um lugar chamado Vila Murtinho, que fica do lado oposto da confluência do Rio Beni com o Rio Manicoré. Ali, nós atravessamos uma vez mais para a Bolívia. Esta é a primeira vez que um vendedor de Bíblias daquele lado do País... nós encontramos em toda parte pronta venda para nossas Bíblias. [...] Vila Bela, que fica na foz do Rio Beni, é uma cidade muito antiga... Nós permanecemos lá por um dia, fazendo boas vendas, e examinando todo o lugar naquele dia; e, no dia seguinte, depois de um passeio de barco a motor de várias horas, pelo Rio Beni, nós chegamos a Cachuela Esperanza. [...] Em Cachuela Esperanzanós baldeamos para uma lancha acima das cachoeiras, e continuamos nossa jornada para Riberalta. Isto ocupou três dias [...] Nossa permanência em Riberalta foi curta, enquanto fomos obrigados a aproveitar as únicas lanchas que atravessariam este rio. Então, aqui voltamos nossas faces novamente para o Brasil, e depois de uma rápida jornada de quatro dias, de lancha, barco a motor, e trem, nós estávamos de volta mais uma vez a Porto Velho. Então findou o primeiro estágio de nossa jornada, que incluiu muitas dificuldades, mas estas, por sua vez, foram mais que contrabalanceadas pelas inúmeras bênçãos. Depois de gastar dois ou três dias na preparação, nós deixamos Porto Velho em 15 de Setembro, para descer 700 milhas do Rio Madeira numa canoa, visitando, com a Palavra de Deus, todas as casas ao longo das margens tanto quanto possível. [...] Dia após dia, nós remamos pelo rio abaixo, com sucesso variante em nossas vendas de Bíblias. Alguns dias nós tivemos resultados esplêndidos para os nossos labores, e de novo, em outra ocasião, nós poderíamos viajar um dia inteiro, e dificilmente vender uma única Bíblia. Toda noite nós pousávamos em uma cabana nativa, e depois, um refrescante mergulho no rio, seguido por um jantar de carne seca e farinha, ou peixe e farinha [...] Dez dias depois de deixarmos Porto Velho, chegamos à nossa primeira cidade, um lugar chamado Humaitá. Nesta cidade permanecemos por uns poucos dias, a fim de recuperar e lavar nossas roupas, vendendo ao povo, nesse período, uma boa quantidade de Bíblias [...] Depois de cerca de um mês que começamos nossa viagem de canoa, chegamos à nossa segunda cidade, uma cidade bem grande chamada Manicoré. Neste período o nosso estoque de Bíblias estava esgotado, mas eu já tinha comprado mais Bíblias que deveriam ser enviadas para esta cidade. Então, deixei o colportor João Ferraz continuar a jornada... De Manicoré , eu embarquei sozinho num navio para o Pará, e cheguei em casa depois de cerca de três meses da data em que comecei esta jornada.”
Uma rua de Manaus, Amazonas. The Bible in the World, Fevereiro de 1914, p. 56
Comentários
Postar um comentário