Martinho Lutero perante a Dieta de Worms

 

Martinho Lutero (1483-1546)

No dia 16 de Abril de 1521, Martinho Lutero (1483-1546) já se fazia presente na cidade de Worms, na Alemanha, pois no dia seguinte seria julgado na Dieta de Worms por causa do conteúdo que escrevera em seus livros. Martinho Lutero chegou de carroça, de manhã. Um príncipe alemão veio ver Lutero ao anoitecer, era Filipe (1504-1567) de Hesse, o landgrave, que falou o seguinte para Lutero: “Caro doutor, se você estiver certo, o Senhor Deus permanecerá por você." (THE CHRISTIAN COLONIST, 23 de Novembro de 1883, p. 05)

Em 17 de Abril de 1521, ali estava Martinho Lutero perante o Imperador Carlos V (1500-1558), e perante representantes do papado, todos furiosos por causa dos escritos de Lutero.

Uma pilha de livros foi colocada diante de Lutero, um oficial do tribunal leu os títulos, e perguntou se Martinho Lutero reconhecia aqueles livros como sendo de sua autoria, e se ele estava disposto a se retratar pelo que escrevera. Martinho Lutero reconheceu que os livros eram de sua autoria.

No dia 18 de Abril de 1521, foi o segundo dia de julgamento de Martinho Lutero. Martinho Lutero disse em sua defesa que seus escritos eram de três tipos: uns versavam sobre ensinos bíblicos, outros livros falavam contra as leis e os costumes do papado, e outros eram ataques pessoais destinados a certas pessoas. Martinho Lutero deixou claro que não se retrataria de nenhum dos seus escritos.

Ouvindo gritos de representantes do papado, que diziam: “Retrate-se! Retrate-se!”, Martinho Lutero foi firme, e disse as seguintes palavras: “Concílios têm errado. Papas têm errado. Provem para mim dentro da Bíblia que estou errado, e eu me submeto.”  (The Leader, 06 de Junho de 1896, p. 34)

Como não conseguiram fazer com que Martinho Lutero se retratasse, ordenaram que ele se retirasse do recinto de julgamento. Lutero foi embora, mas Frederico (1463-1525), príncipe eleitor da Saxônia ficou no recinto. Frederico da Saxônia evitou que Lutero fosse julgado em Roma, na Itália, e trouxe o julgamento para Worms, pois, em Roma, Lutero estaria sob o domínio do papado, e certamente a sorte dele não seria boa. Ao ficar no recinto, o príncipe Frederico ouviu o pronunciamento da sentença, que teve os seguintes pontos centrais: declarou Martinho Lutero um fora da lei, réu de lesa-majestade, herege, permitiu que qualquer juiz, independentemente de jurisdição pudesse ordenar a prisão de Lutero, e permitiu que qualquer cidadão pudesse capturar e manietar Lutero, sem consequências penais e cíveis.

Frederico da Saxônia pediu a seus soldados que capturassem Martinho Lutero, e levasse ele para seu castelo em Wartburgo, e assim foi feito.  E foi no Castelo de Wartburgo, que Martinho Lutero traduziu o Novo Testamento para a língua alemã.

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