Visitando a Ilha do Bananal

 

Rev.  Archibald J. Macintyre

Archibald J. Macintyre, um escocês, que foi missionário e colportor no Brasil, jornadeou por vários lugares do Brasil ajudando a espalhar a Bíblia pela imensidão do Brasil. Archibald J. Macintyre escreveu o livro “Down the Araguaya”, onde narra um pouco sobre suas viagens de colportagem no Brasil.

A revista evangélica Moody Monthly, na edição de Maio de 1928, p. 420-421, reproduz a matéria da revista evangélica The Neglected Continent sobre uma viagem que o missionário Archibald Macintyre fez à Ilha do Bananal. Archibald J. Macintyre narrou assim sua viagem à Ilha do Bananal:

“Acabo de retornar de uma viagem que feita para abrir uma rota terrestre pela Ilha do Bananal e encontrar entrada entre os índios Javaés que vivem ao sul da nossa estação de lá. Lá longe, nas selvas, a nossa principal dificuldade foi falta de água, pois era o auge da estação da seca. No terceiro dia, chegamos a um lago e, depois de beber copiosamente, enchemos nossos potes até a borda antes de seguirmos ainda mais para o interior. Então paramos uma prova indígena, e isso nos levou a um acampamento. Passamos a noite com esses índios e descobrimos que a aldeia deles é o elo de ligação entre os Javaés, que vivem no interior, e os Carajás, que vivem no rio principal. Os próximos dias seguintes foram difíceis, atravessando atoleiros e lagos. No sexto dia, encontramos um acréscimo ao nosso estoque de alimentos que diminuía rapidamente na forma de quatorze grandes ovos de ema. No dia seguinte, atiramos em um veado. Depois de mais alguns dias cheios de aventura, finalmente alcançamos um grande trecho de grama queimada e, vendo fumaça por toda parte, soubemos que os temidos Canoeiros estavam nas proximidades. Foi com muita dificuldade que encontramos um local de descanso para passar a noite. O sentimento de desolação e desapontamento que tomou conta de nós enquanto procurávamos água e pasto na escuridão que se reunia, sentindo o perigo dos homens selvagens ao redor, é indescritível. No décimo quinto dia esperávamos chegar ao ponto da Ilha, mas infelizmente ficamos desapontados. A história dos próximos cinco dias é também muito longa para ser contada agora, mas olhando para trás estremecemos com o que poderia ter sido. ‘Nos perigos frequentes’ descreve isso, pois ficamos presos pela água uma vez e outra, e fomos acordados uma noite pelo barulho de uma queimada a várias milhas que se abateu sobre nós com fúria. Encontramos os nossos cavalos e procuramos uma forma de escapar, pois atrás de nós ficava um grande lago cheio de jacarés, quando o vento de repente diminuiu e mudou de direção. Finalmente abrimos caminho pela selva, e o número de dias de viagem correspondia exatamente à quantidade de comida que tínhamos em mãos.”

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