Uma visita em Conceição do Rio Verde, Minas Gerais

 

Rua principal de Conceição do Rio Verde, Minas Gerais

Foto: South America, nº 07, Novembro de 1912, p. 164

A missionária Miss M. A. Bell escreveu o artigo “A visit to Conceição do Rio Verde”, publicado na revista South America, nº 07, Novembro de 1912, p. 164-165, narrando um período de visita à cidade de Conceição do Rio Verde, Minas Gerais.

“Tendo duas semanas de férias da Escola Americana, eu decidi aceitar o amável convite da Sra. Benfell para passar este período com ela em Conceição do Rio Verde, uma das estações missionárias da União Evangélica Sul Americana. Saí de São Paulo pelo expresso noturno e fui até Jacarehy onde Miss Andrew tem sua estação missionária. Foi bom estar lá no pequeno salão mais uma vez, e ouvir de Miss Andrew o progresso do trabalho. Na manhã seguinte tomei um trem e continuei viagem até Conceição. Todo o cenário ao longo dessas linhas é lindo, mas depois de trocar de trem no meio do caminho, e pegar a linha ‘Rede Sul Mineiro’, a vista é de uma beleza incomparável. [...]. Por volta das seis horas da tarde, quando avistamos Conceição, o sol se punha atrás das montanhas, e lançava todo o seu brilho avermelhado. Descendo o vale do rio que dá nome ao lugar, serpenteia entre suas lindas margens arborizadas, e em uma grande curva no terreno inclinado ergue-se a própria vila, com suas pitorescas casas de muitas janelas, casas brancas, erguendo-se terraço após terraço até o topo da colina. Tudo parece tão pacífico e tranquilo, cada casa aninhada entre pinheiros, bananas, laranjas e palmeiras. Da estação são apenas alguns minutos de caminhada até a Missão, e logo cheguei lá. Encontrei a Sra. Benfell ocupada varrendo a igreja, e deixando tudo pronto para os cultos do dia seguinte. É uma amável igrejinha, capaz de caber cinquenta ou sessenta pessoas, e construída, nos fundos, há quatro salas para os missionários. [...]. Nós visitamos alguns dos crentes quase todos os dias. [...]. Então os cultos de Domingo são muito simples e agradáveis. Bastante crianças vêm, então a Sra. Benfell fala com elas, conta uma história, ou canta um hino infantil. [...]. Atualmente não há Escola Dominical separada, e a Sra. Benfell tem que combinar os cultos, pois as crianças não podem sair sozinhas, e muitas têm uma boa distância pela frente. No entanto, ela os mantém em contato por meio de pequenas palestras e hinos, e também entregando a cada Domingo um cartão com um versículo que aprendem e repetem na semana seguinte. [...]. Nossa igreja conta com cerca de vinte e cinco a trinta adultos com aproximadamente o mesmo número de crianças. [...]. A Sra. Benfell está assumindo a responsabilidade lá, enquanto seu marido viaja por toda parte em outras cidades espalhando a Palavra para o Senhor da ceifa por meio da Sociedade Bíblica Americana. [...].  Foi uma grande alegria estar com uma serva tão verdadeira de Cristo e conhecer uma conterrânea, nós duas sendo neozelandesas. Eu retornei para São Paulo com pena de deixá-la solitária, mesmo sabendo que ela não está sozinha, louvamos Aquele que está sempre conosco.” 

 

 Capela da Igreja Cristã Evangélica em Conceição do Rio Verde, Minas Gerais, citada no artigo de Miss M. A. Bell

Foto: South America, nº 10, Fevereiro de 1915, p. 200

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