Matteo Donatti (?-1919), reverendo metodista, nascido na Itália, foi enviado pela Missão Metodista do Rio da Prata, do Uruguai, para a cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul.
A revista metodista World Outlook, edição de Junho de 1934, p. 24, traz um artigo de Eula Kennedy Long narrando o seguinte sobre a atução do Rev. Matteo Donatti no Rio Grande do Sul:
"Num dos assentamentos italianos do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, no coração de uma bela região montanhosa, encontra-se a pequena cidade de Gramado. Ali, cercada por postes nos quais os 'colonos' amarram suas mulas e cavalos, ergue-se a pequena capela metodista de madeira, construída muitos anos atrás para uso do pequeno grupo de cristãos que, pela primeira vez ouviram o Evangelho através do pregador itinerante, Matteo Donati, ele próprio italiano. Naquela época, o Estado do Rio Grande do Sul estava sob a supervisão da Igreja Metodista Episcopal, e o Senhor Donato havia sido enviado para lá pela Missão do Rio da Prata. Ele era um obreiro incansável, viajando dia e noite a cavalo pelos arredorres montanhosos e acidentados, e pregando onde quer que um punhado de ouvintes pudessem ser reunidos. O passatempo de Donati era imprimir versículos bíblicos em letras douradas ou prateadas em tecido; e imensos cartazes das Bem-aventuranças, dos Dez Mandamentos, e de outros textos bíblicos. Por todo o distrito, Matteo Donati era reconhecido como um destemido evangelista protestante, e nunca faltava homens para importuná-lo e persegui-lo. Uma vez, em uma de suas longas viagens, enquanto ele seguia uma trilha estreita pelas matas, de repente, de trás das árvores, saltaram três homens. 'Pare!', eles gritaram, ordenando a ele que descesse enquanto seguravam seu cavalo pelas rédeas. Matteo desmontou. 'Agora', disse o líder, 'prepare-se para morrer, pois nós vamos te matar!'. 'Tudo bem', respondeu o homem idoso de barba branca, 'mas eu peço as vocês um pequeno favor primeiro. Deixe-me ajoelhar em oração um poucos momentos antes que eu morra.' A isto os homens assentiram. Eles não eram assassinos sanguinários, mas homens que, como Saul de idade, acreditavam que eles estavam realizando um dever cristão ao livrar a comunidade de um herético. Orar - por que não? Foi um favor inofensivo que ele pediu. Mas, aqueles homens não sabiam que para Matteo Donati a oração era uma espada de dois gumes, uma poderosa arma de força. E então, naquela trilha solitária, as árvores arqueadas de Deus seu templo, e o chão úmido e musgoso, sua almofada de altar, Donati orou fervorosamente e comoventemente, orou pelo trabalho que ele estava sendo forçado a desistir; orou por sua própria alma, entregando-a ao seu Doador; orou pelas almas de seus potenciais assassinos, para que eles pudessem ser ganhos para o Senhor. Ele não ousara esperar que os homens permitissem a ele se levantar, e ficar de pé mais uma vez sobre seus pés, mas tinha esperado receber o golpe mortal enquanto estivesse de joelhos. Mas, quando a oração finda, e ele abre seus olhos, um a um, eis, um a um, ele vê os três homens rudes ajoelharem-se ao lado dele, e clamarem ao Senhor por misericórdia! Sua arma provou ser eficaz – venceu os covardes, trazendo-os para o rebanho como inimigos rendidos e almas convertidas, que a partir de agora servem e esperam por seu Mestre."
Rev. Matteo Donatti © 2025 by Daiane Firme Cavalcante is licensed under CC BY-NC-ND 4.0


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