O cangaceiro Rifle de Ouro e o missionário batista

Fonte da foto: Jornal Pequeno de 01/08/1944, p. 3.  

Manoel Batista de Morais (1875-1944), nome verdadeiro do cangaceiro Antonio Silvino, também conhecido pelo codinome Rifle de Ouro. Quando o Missionário batista Salomão Luiz Ginsburg (1867-1927) estava em Pernambuco, como relatado na autobiografia "Um judeu errante no Brasil" de Salomão Ginsburg (Casa Publicadora Batista, 1970, p. 139-141), o cangaceiro fora contratado para matá-lo. O cangaceiro foi até a casa do chefe político em que Ginsburg estava hospedado, sentando-se frente a frente com o missionário. O missionário disse: "O senhor deseja ver-me? Que quer de mim?". O cangaceiro respondeu: "O senhor me conhece?". "Respondi: Sim, o senhor é o Capitão Antônio Silvino." O cangaceiro foi direto ao ponto: "O senhor sabe por que vim aqui?". A resposta do missionário: "Sim, o senhor está contratado para me matar." O cangaceiro confirmou a intenção de matar o missionário. Ginsburg questionou-lhe o porquê de não cumprir o seu intento. O cangaceiro lhe respondeu que não iria matar o homem que de manhã lhe falara de uma maneira tão gentil e bondosa que lhe surpreendera. Depois que Ginsburg deixou Pernambuco, Antonio Silvino foi preso e na cadeia nutriu o costume de ler a Bíblia. Os jornais da época noticiaram que tudo o que se podia ouvir da boca do cangaceiro era sobre os batistas e a Bíblia.

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