O Ladrão na Cruz: a "polêmica" obra de Robert Reid Kalley

 

Fonte do Capítuo I de O Ladrão na Cruz: Correio Mercantil, nº 85, 27 de Março de 1861/ Acervo Fundação Biblioteca Nacional do Brasil

Originalmente lançada no Correio Mercantil, jornal do Rio de Janeiro no ano de 1861. O primeiro capítulo saiu neste referido jornal na Quarta-Feira, 27 de Março de 1861. "O Ladrão na Cruz", quando lançado em livro foi apreendido pela alfândega brasileira. Kalley precisou recorrer às autoridades federais para liberá-lo, pois o inspetor da alfândega, o Sr. Antonio Eulalio, considerava esta obra ofensiva à religião oficial do País. Enfim, em 22 de Dezembro de 1862 saiu uma decisão favorável a Kalley no Ministério da Fazenda, dando aval para a retirada de "O Ladrão na Cruz" da alfândega. "Decisão nº 594. Fazenda. Em 22 de Dezembro de 1862. Sobre despachos de obras impressas obscenas ou contrarias á Religião de Estado. Ministerio dos Negocios da Fazenda. – Rio de Janeiro – em 22 de Dezembro de 1862. Haja V.S. de mandar admittir a despacho o volume contendo exemplares da obra “O Ladrão na Cruz”, pertencendo ao Dr. Roberto Reid Kalley, a que se refere o officio dessa Inspectoria de 21 de Fevereiro ultimo, ficando V.S. na intelligencia de que o art. 516, § 1º, do Regimento de 19 de Setembro de 1860, na parte em que prohíbe o despacho de obras impressas manifestamente obscenas, ou contrarias à Religião do Estado, deve ser entendido nos termos do art. 278 do Codigo Criminal, isto é, obras ou doutrinas que destruão as verdades fundamentaes da existencia de Deus, e da immortalidade da alma. Deus guarde a V.S. – Visconde de Albuquerque. – Sr. Conselheiro Inspector da Alfandega da Côrte."

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