As aventuras do missionário William Azel Cook pelo interior do Brasil

 

Foto do café da manhã de William Cook e seus amigos 

Extraído de: Through the Wilderness of Brazil, William Azel Cook, p. 313.

As aventuras do missionário William Azel Cook pelo interior do Brasil: Originalmente essas aventuras foram publicadas no livro de William Azel Cook intitulado "Through the Wilderness of Brazil". Sua viagem teve início em 09 de Setembro de 1897. 

  O jornal O Estandarte, órgão presbiteriano independente, a partir do nº 07 de 15 de Fevereiro de 1900 traz essas aventuras com o título de "Rodeando o mundo e passando por elle": "No dia 9 de Setembro de 1897, despedimo-nos dos nossos bondosos amigos em São Paulo e seguimos pela estrada de ferro para Araguary em Minas Geraes. Chegando a Araguary, encontramos alguma difficuldade para arranjar conducção para a capital de Goyaz. Finalmente, porém, ajustámo-nos a uma das grandes tropas empregadas no transporte de mercadorias entre as cidades e villas de Goyaz e Araguary. Acompanhando dous amigos, partimos de Araguary adiante da tropa para reunirmo-nos a ella no Porto dos Barreiros no rio Paranahiba, que divide os estados de Goyaz e Minas Geraes. AS PRIMEIRAS EXPERIENCIAS DA VIDA DO SERTÃO. Embarcados numa espécie de jangada composta de tres ou quatro canôas amarradas juntas, nós, cargas, cargueiros, camaradas e caminhantes, atravessamos esse bello rio em um dia de sabbado; e á noite, experimentámos pela primeira vez o prazer (?) de dormir (?) em uma barraca com o estado de Goyaz por colchão e um couro secco de boi por lençol. Para tornar-se ainda mais interessante a experiência, assaltaram-nos os ventos e as chuvas assolando nossa casa de algodão e obrigando-nos a procurar outro abrigo e a dormir em pé. Como não pudemos conseguir uma rede o leito dos viajantes do sertão, ficamos obrigados a dormir durante todo o mez de Outubro no supramencionado colchão e com o mesmo lençol, que, quando apanhava chuva de dia exhalava catinga de noite e attrahia exércitos de bichos forrageadores. Por esse mesmo tempo começamos a experimentar o sabor das munições de bocca usadas pelos viajantes daquelles sertões – feijão cozido com couro sujo de porco e arroz; e, de vez em quando, para variar, carne secca de boi, meio podre, misturada com arroz. Varias vezes trocámos o Livro Divino por ovos de galinha, e uma vez por mel de abelhas. A Biblia mesma diz que a Palavra de Deus é alimento, e que é semelhante ao mel, mas nunca antes tínhamos experimentado esta verdade por este modo." (O Estandarte, nº 7, 15 de Fevereiro de 1900, p. 2)

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