O Peregrino: a obra atemporal de John Bunyan

 


     Quando John Bunyan (1628-1688) levou o manuscrito de Pilgrim’s Progress para ser impresso, disse: “Tenho um manuscrito de pequena importância.”

    Bunyan, naquele tempo, não sabia que a obra que escrevera no cárcere ia ser um dos maiores pregadores evangélicos de todos os tempos, além de ser o segundo livro mais vendido do mundo, ficando atrás apenas da Bíblia Sagrada.

      John Bunyan esteve preso por doze anos por não cultuar na igreja oficial da Inglaterra e por fazer pregações “ilegais”, sem autorização da igreja oficial.

      Bunyan tinha a profissão de funileiro, mas era pastor evangélico por vocação. Em 12 de Novembro de 1660 após ir pregar em uma cidade próxima à cidade de Bedford onde residia, foi preso por fazer “pregação ilegal”.

      O juiz Keeling que o sentenciou nunca foi capaz de fazer John Bunyan parar de pregar. Sempre que Bunyan tinha algum benefício legal, voltava a pregar e assim voltava de novo para o cárcere. Assim foi até que em 1677 Bunyan fora libertado de maneira definitiva.

     Pilgrim’s Progress, título original de O Peregrino, foi escrito por Bunyan neste período de cárcere.

     Sempre que os missionários evangélicos chegavam a trabalho missionário numa terra estrangeira, além de providenciar a tradução da Bíblia na língua do povo, traduziam também o encantador Pilgrim’s Progress, popularizando assim a imortal obra de John Bunyan.

    Embora Bunyan tenha escrito outros livros famosos como “Graça abundante ao principal dos pecadores” e “As Guerras da famosa cidade de almaumana”, “O Peregrino” é sem dúvida a sua obra-prima que cativa jovens, adultos, idosos e crianças.

    No Brasil, no ano de 1856, pelas páginas do jornal carioca Correio Mercantil, o missionário e médico escocês Robert Reid Kalley (1809-1888) presenteia os falantes da língua portuguesa com a tradução de Pilgrim’s Progress sob o título de “A Viagem do Christão para a bem-aventurança eterna por um dos seus companheiros”.

     “O Peregrino” narra a jornada do Cristão rumo à cidade celestial, partindo da cidade da destruição, carregando um fardo mui pesado em suas costas, encontra o Evangelista pelo caminho que o instrui a seguir a luz divina, até que o Cristão deixa o fardo junto à cruz e recebe alívio: “Vi em meu sonho que em cada lado do caminho em que Cristão andava havia uma muralha que se chama Salvação, e que ele corria, ainda que lhe era custoso, por causa da carga que tinha nos ombros. Continuou a correr até que chegou a um outeiro pouco elevado; em cima dele havia uma cruz e pouco mais abaixo um sepulcro: quando se aproximava da cruz, vi que o fardo ia soltando-se de seus ombros, e quando chegou à cruz, a carga que lhe causara tanta miséria caiu-lhe das costas, e foi caindo até que chegou à boca do sepulcro, em que foi engolfado, e Cristão não o tornou mais a ver. Então ficou aliviado e muito alegre, e olhando para a cruz disse: ‘Ele me deu repouso por sua tristeza e vida por sua morte.’ Lá se demorou algum tempo, admirado de que a vista da cruz o tivesse livrado do seu pesado fardo.” (Trecho da tradução de Robert Reid Kalley de Pilgrim’s Progress).

    Nas palavras de John Bunyan: “Um peregrino com Deus nunca anda em círculos. Ele sempre alcança o seu destino, não importando como a estrada se revele.”

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