Carta de Kate H. Young para o The Christian Herald

                                              Foto de Kate H. Young: The Christian Herald, 2 de Julho de 1902, p. 561

      “Numa carta escrita para este jornal, de São Paulo, Brasil, a Sra. Kate H. Young, uma missionária americana, nos dá notícias encorajadoras a respeito do progresso espiritual naquele país. [...] Na nossa primeira reunião aqui compareceram dezessete pessoas (Setembro de 1900) e só por meio de muita oração, e visitas assíduas de casa em casa, fomos capazes de reunir ao redor de nós congregações para ouvir a Palavra. Pouco a pouco o trabalho cresceu. Pouco tempo depois obtivemos bons obreiros entre os nativos, e assim, aos poucos, Deus tem nos abençoado com um povo forte aqui em São Paulo – não em números, pois somos só cerca de 150, mas em qualidade – lavados de seus pecados e dotados pelo menos com uma medida de poder do alto. Temos adentrado agora em cinco Estados nesta República, e temos dez congregações nestes Estados, bem como em muitos lugares diferentes, tudo sob os auspícios de nossos ajudantes nativos. Com a exceção de um inglês, todos nossos obreiros são latinos, e são muito bons e eficientes. Um de nossos cooperadores nativos, Senhor Samuel Mello, foi um dos mais notórios jogadores do Sudeste do Brasil. Este homem, deixando literalmente tudo por Jesus, tornou-se um missionário de extraordinária capacidade e tem levado muitos ao Evangelho. Ele estabeleceu uma boa congregação de novos convertidos em Paranaguá, e usou o último de seus meios para construir uma igreja e uma casa pastoral lá. Tudo terminado, foi colocado outro pastor encarregado, pois ele agora começou uma nova campanha evangélica no Estado de Goiás. Tivemos o privilégio de enviar os primeiros missionários para os estados não evangelizados de Goiás e Mato Grosso. Os senhores Camillo Roig e Theodoro Aranjo atravessaram as primitivas florestas, percorrendo cerca de 1.500 milhas até Cuiabá, capital de Mato Grosso. No caminho,  encontraram índios selvagens que, apesar de tudo, trataram eles da maneira mais amigável possível. De um modo não muito natural, falaram com os índios sobre Jesus, e foram adiante. Em segurança, cruzaram rios transbordando e se depararam com animais selvagens, cobras, e muitos perigos, até que Deus os trouxe ao seu destino na parte mais central da América do Sul. Lá seguiram nosso sistema de trabalho: pregação ao ar livre, visitas de casa em casa, venda de Bíblias, e pregações em casas, e os resultados são uma considerável pequena congregação de crentes. [...].”

 Extraído de: The Christian Herald, 3 de Agosto de 1904, p. 671


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