O Ladrão na Cruz de Robert Reid Kalley (1809-1888)

 

Recorte do Diário do Rio de Janeiro, nº 52, 22 de Fevereiro de 1863, p. 1.

"Obras contrarias á religião": foi com esta afirmação que o inspetor da alfândega Antonio Eulalio impediu que a obra O Ladrão na Cruz de Robert Reid Kalley (1809-1888) fosse retirada da alfândega.

 Kalley imprimira esta obra em forma de livro em Londres, Inglaterra. Kalley precisou recorrer às autoridades federais para liberar a retirada desta obra. Enfim, em 22 de Dezembro de 1862 saiu uma decisão favorável a Kalley no Ministério da Fazenda, dando aval para a retirada de "O Ladrão na Cruz" da alfândega. 

O Ladrão na Cruz foi originalmente lançado no jornal carioca Correio Mercantil cujo primeiro capítulo saiu neste referido jornal na Quarta-Feira, 27 de Março de 1861. No último capítulo de O Ladrão na cruz aparece este hino:

Há uma fonte cheia do sangue
Das veias do Senhor;
Lavando-se nela alimpa-se
O maior pecador.

O vil ladrão gostou de ver
Aquela fonte manar,
E sobre a mesma cruz achou
Que pode purificar.

Senhor Jesus! O Teu sangue
Ainda tem poder;
Eu também lavado Nele
Sem mancha hei de ser.