Como surgiu O Peregrino (Pilgrim’s Progress) de John Bunyan

 


     Quando John Bunyan (1628-1688) levou o manuscrito de Pilgrim’s Progress para ser impresso, disse: “Tenho um manuscrito de pequena importância.” Não sabia o pastor John Bunyan que o livro que escrevera seria o segundo livro mais vendido do mundo, ficando atrás apenas da Bíblia.

    Bunyan era funileiro de profissão, mas era pastor evangélico por vocação. Em 12 de Novembro de 1660 após ir pregar em uma cidade próxima à cidade de Bedford onde residia, foi preso por fazer “pregação ilegal” e por não cultuar na igreja oficial da Inglaterra.

    Foram doze anos de prisão, e nestes doze anos de cárcere Bunyan escreveu O Peregrino.

                                                     Foto: The Presbyterian Survey, Abril de 1928, p. 200

     No Brasil, em 1856, nas páginas do periódico carioca Correio Mercantil, o missionário e médico escocês Robert Reid Kalley (1809-1888) publicou a tradução de Pilgrim’s Progress sob o título de “A Viagem do Christão para a bem-aventurança eterna por um dos seus companheiros”.

     O Peregrino de John Bunyan narra a jornada do Cristão rumo à cidade celestial, partindo da cidade da destruição, carregando um fardo muito pesado em suas costas, e no caminho encontra o Evangelista que o instrui a seguir a luz divina, até que o Cristão deixa o fardo junto à cruz e recebe alívio:

      “Vi em meu sonho que em cada lado do caminho em que Cristão andava havia uma muralha que se chama Salvação, e que ele corria, ainda que lhe era custoso, por causa da carga que tinha nos ombros. Continuou a correr até que chegou a um outeiro pouco elevado; em cima dele havia uma cruz e pouco mais abaixo um sepulcro: quando se aproximava da cruz, vi que o fardo ia soltando-se de seus ombros, e quando chegou à cruz, a carga que lhe causara tanta miséria caiu-lhe das costas, e foi caindo até que chegou à boca do sepulcro, em que foi engolfado, e Cristão não o tornou mais a ver. Então ficou aliviado e muito alegre, e olhando para a cruz disse: ‘Ele me deu repouso por sua tristeza e vida por sua morte.’ Lá se demorou algum tempo, admirado de que a vista da cruz o tivesse livrado do seu pesado fardo.” (Trecho da tradução de Robert Reid Kalley de Pilgrim’s Progress).


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