O Reverendo Bryce W. Ranken no Goiás

 

Foto: Revista South America, Vol. II, nº 13, Maio de 1913, p. 12
“Em 4 de Julho deixei São Paulo às 5:35 da manhã, pegando o trem que chegasse mais rápido em Goiás... Às 4:30 da tarde alcançamos a próspera cidade de Ribeirão Preto, onde um de nossos convertidos e sua família foram à estação, com comprimentos cordiais e um convite às pressas para pousar, mas o tempo era curto, e era necessário me apressar para terminar a jornada de trem daquele dia. Fizemos uma parada um pouco depois das 8 da noite em Franca, hospedando-nos no Hotel da Estação, onde eram completamente evidentes as condições sujas e primitivas de seu interior. Saímos novamente às 7 da manhã do dia seguinte... Durante a parte da manhã distribuí os Evangelhos que estavam comigo entre os meus companheiros de viagem e também numa das estações e esta atitude abriu caminho para uma conversa sobre religião com um casal de comerciantes. Por volta de 6:30 da tarde, depois de uma longa jornada poeirenta, chegamos a Araguari, onde termina aquela parte da ferrovia. Não imaginava que alguém em Araguari soubesse da minha chegada, então fiquei surpreso ao ouvir meu nome sendo chamado do lado de fora da plataforma, e ainda mais surpreso em ver que o Sr. Conrado e três de nossos convertidos vieram numa viagem de cinco horas de trem, chegando de Catalão, para me encontrar. Foi um prazer ver todos eles novamente. Na manhã seguinte levantamos às 5 horas, partindo em seguida para Catalão, na novíssima ferrovia aberta para o Goiás, que, apesar de suas muitas e sinuosas curvas, completamos em cinco horas a viagem que costumava levar pelo menos, um dia e meio a cavalo. Em Catalão, muita gente do nosso povo estava na estação, nos dando uma recepção muito calorosa. Novos convertidos concorreram com os mais velhos na cordialidade dos comprimentos. Naquela noite tivemos nossa primeira reunião, com grande presença e muito espírito de cooperação. O dia seguinte era Sábado... À noite, tivemos uma reunião com lanterna com bom comparecimento. No dia seguinte, Domingo, um bom número de convertidos vieram do interior e tivemos uma reunião animada ao meio-dia, seguido por uma grande reunião à noite na sala do Sr. Antonio Marciano, que ficou lotada com cerca de 120 pessoas, e muitos não puderam entrar. Na manhã de Segunda-Feira, junto com o Sr. Conrado e um dos anciãos, comecei a viajar numa viagem semanal aos pontos de pregação no interior. Nosso primeiro lugar de pregação se chama Retiro, onde um dos anciãos tem uma fazenda e há um número razoável de convertidos. Cerca de oitenta pessoas compareceram à nossa reunião daquela noite... De Retiro fomos para Paraíso... O Sr. Tobias, que é o chefe do trabalho neste ponto, tem feito grandes preparações, e estendeu sua sala da frente erguendo um barracão temporário coberto com palma e folhas de bananeiras, e assentos de tábua. Umas 120 pessoas vieram à reunião, que foi muito interessante. Nunca tinha visto comparecimento como este nestes pontos solitários do interior do Goiás. No dia seguinte tivemos duas reuniões, e a tarde foi coroada com quatro conversões. Não dá para deixar de se impressionar com as imensas possibilidades proporcionadas nestas grandes reuniões com o povo interiorano, que deseja buscar entender o Evangelho.”
Extraído de: South America: Evangelical Union of South America, Vol. II, 1913-1914, p. 248-249

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