Viagem missionária itinerante de Arthur Tavares

 

Extraído de: South America, Vol. III, nº 2, Junho de 1914, p. 39

“Recentemente parti numa viagem itinerante, permanecendo à noite em Andorinhas, realizando uma reunião lá. Jornadeando para Buriti com o irmão Honório, sofremos muito aquele dia por conta do mau tempo e estradas ruins. De Buriti fomos à Gameleira, e pregamos na igreja de lá. Retornei a Andorinhas, permanecendo dois dias, tempo necessário para dar um banho em meu cavalo que caiu na lama. No dia seguinte fomos a Marzagão, chegando por volta das 6 da tarde. Esperava encontrar todos os nossos irmãos lá com boa saúde, como estavam quando os deixei na minha última visita, exceto o irmão Domingos, que já não estava bem. Justamente meia hora antes da minha chegada este irmão foi chamado a estar com Cristo para sempre. Ele deu belíssimo testemunho antes de sua passagem: chamou sua família e recomendou a eles que ficassem firmes na fé e especialmente exortou seu filho mais velho, que tinha começado a vida cristã, mas se desviou, dizendo: ‘Meu filho, vou estar com Jesus, e você ainda permanece de lado. Insisto que não abandones o Senhor Jesus, mas que sempre sejas fiel ao Salvador.’ Mais tarde fiz o jovem ver o perigo no qual estava, e ao orar comigo renovou sua profissão de fé no Senhor. À noite tivemos um culto fúnebre muito comovente, e assim alcançamos um bom número de pessoas que nunca ouviram a Palavra de Deus. Há muito tempo queria visitar e pregar em Bela Vista, que fica a sete léguas daqui de Pouso Alto, e no último mês não pude resistir ao desejo de ir mais longe, e de lá fui a Bonfim onde encontrei o Sr. Nestor, que me ajudou muito, emprestando sua casa para as reuniões, fazendo visitas comigo, etc. Infelizmente, neste mesmo período ocorria uma festa romana e um entreterimento cinematográfico, que trouxeram muito empecilho. Mas ainda assim fomos muito abençoados, pois o Senhor nos deu duas conversões. O Sr. Nestor me apresentou a um importante homem de negócios em Bela Vista, e quando fui apresentado a este comerciante, ele só me disse: ‘Você enfrentará a oposição do padre daqui’, mas, na verdade, quem se opôs foi ele próprio. O padre não disse nada. Deixando ele pra lá, consegui arranjar uma casa em outra quadra, e não menos que trinta e cinco pessoas se reuniram para ouvir o Evangelho... Retornei a Pouso Alto em tempo de pregar, e estou feliz em dizer que agora estão indo aos cultos alguns dos incrédulos que nos perseguiram há tempos atrás. Os três filhos do irmão Diógenes vieram ao Senhor recentemente, e também dois homens, Antônio e João de S. Antônio das Grimpas.” Extraído de: Revista South America, Vol. III, nº 7, Agosto de 1914, p. 152-153


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