Missões evangélicas entre os índios no Brasil

 

Foto: The Missionary Survey, Novembro de 1902, p. 807

O periódico The Christian Herald and Signs of our times, de 12 de Julho de 1899, p. 543, há o artigo do missionário presbiteriano George R. Witte, intitulado Wild tribes who know not Christ (Tribos selvagens que não conhecem Cristo). Neste artigo, o Reverendo George Witte, em determinado trecho, escreve: “Em todo o Vale Amazônico, compreendendo cerca de 22.000 milhas de canais navegáveis, abertos para a navegação de navios a vapor, há apenas três pequenas missões independentes, localizadas nas cidades, onde índios raramente são vistos.”

Algumas iniciativas de missões evangélicas entre os índios no Brasil:

I. Evangelical Union of South America: No ano de 1909, o colportor Frederick Charles Glass (1871-1960) empreendeu uma viagem pelas regiões do Rio Araguaia a fim de verificar as possibilidades de estabelecer uma missão evangélica entre os índios Carajás, uma vez que até aquele ano, não existia nenhuma missão evangélica atuando entre os índios Carajás naquela região. Essa viagem de inspeção foi imortalizada no livro de sua autoria A thousand Miles in a dug-out, publicado pela South American Evangelical Mission em 1911.

II. Inland South America Missionary Union: Esta missão foi fundada em 1902 pelos pais de Alexander Rattray Hay. Alexander Ratray Hay, “nasceu em Vila Rica, Paraguai, no ano de 1893, e passou os primeiros nove anos de sua vida com seus pais em seus primeiros trabalhos missionários entre os índios do Chaco paraguaio... Ele acompanhou seus pais à Escócia quando voltaram para lá no ano de 1902 para organizar a Inland South America Missionary Union...” (The Christian Workers Magazine, nº 01, Setembro de 1916, p. 56)

Em Março de 1913, os missionários da Inland South America Missionary Union, Henrique Whittington e esposa, juntamente com o casal Howard, estabeleceram esta missão na Ilha do Bananal entre os índios Terenas.

“Depois de uma longa viagem... o grupo chegou à estação ferroviária de Bananal... mas ali tiveram que acampar em tendas feitas com lençóis e cobertores deles, e aguardar a permissão do governo para se estabelecer entre os índios. Obtida a permissão necessária, entraram em Bananal e se abrigaram numa tosca cabana nativa. A Sra. Whittington dá o seguinte relato de suas primeiras experiências entre os Terenas: ‘Chegamos a Bananal à noite num carro de bois, e tivemos o prazer de entrar numa casa, embora, na verdade, não fosse muito boa. Continha dois compartimentos, de modo que cada família tinha um quarto. Era extremamente imunda, e havia muitas formigas. Fui acordada duas vezes na primeira noite com formigas subindo pelas minhas narinas.... A casa tinha buracos no telhado, nas paredes e no chão, e não tinha portas... Nessa cabana os missionários tiveram que viver por cerca de um mês, e depois os índios lhes emprestaram duas casas melhores... O Sr. Whittington está conduzindo uma escola diurna para as crianças e uma escola noturna para adultos, e cultos evangelísticos regulares são realizados. A Sra. Whittington está ocupada com o trabalho médico, e o bem sucedido trabalho de colportagem está sendo feito entre os brasileiros pelo Sr. Howard.” (Penetrating South America's darkest part de Alexander Rattray Hay: Inland South America Missionary Union, 1910, p. 91-92 e 95) 

 

Penetrating South America's darkest part de Alexander Rattray Hay: Inland South America Missionary Union, 1910, p. 90

III. Maranham Christian Mission: Esta missão foi fundada em 1903, em Londres, Inglaterra e descontinuada em 1923. Depois esta missão teve continuação em São Luís, Maranhão, sob liderança brasileira. O missionário e professor Frederick William Miners foi um dos oficiais desta missão.

IV. Missão Caiuá: “O trabalho da Missão Evangélica Caiuá entre a tribo Caiuá no sul do Estado de Mato Grosso foi indiciado em 1928, tendo como fundadores os missionários americanos, Rev. Albert Sydney Maxwell e sua esposa d. Mabel Davis Maxwell de ‘East Brazil Mission’ (Missão Leste do Brasil). Observando que na região de Dourados, Mato Grosso, estava a tribo mais numerosa e em maior estado de miséria, o Rev. Maxwell resolveu ali estabelecer a sede do novo trabalho. Ali permaneceram até 1941 dedicados inteiramente à obra do Senhor entre as tribos e em 1941 retiraram-se para os EE. UU. por motivo de saúde do Ver. Maxwell, que veio a falecer em 1947.” (Revista Alvorada, nº 2, Abril/Maio/Junho de 1969, p. 8

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