A Bíblia na América do Sul

 


Relatos do Reverendo Emilio Olsson: “Na escura Bolívia, viajei com a Bíblia, numa mula de carga, por mais de 1.000 milhas, e naveguei pelos grandes rios: Rio da Prata e Mamoré na Bolívia, Madeira e o grande Amazonas no Brasil, em botes, canoas, e navio a vapor, por mais de 3.000 milhas. Mais de 2.000 Escrituras: Bíblias, Novos Testamentos e Evangelhos, com textos das Escrituras em espanhol, foram postos em circulação nesta única viagem, entre diferentes raças e tribos, e, provavelmente, alcançamos 30.000 almas. Centenas de tribos de índios no coração da América do Sul nunca ouviram ainda o Evangelho... viajei, um dia, em companhia de gaúchos e índios. Um gaúcho, que sabia ler, derramou lágrimas depois da leitura do Novo Testamento o qual me entregou de volta, dizendo: ‘Este livro eu não posso ler sem chorar. Nunca imaginava que o meu coração fosse tão duro e malvado.’ Este homem disse que nunca viu um Novo Testamento até que eu lhe dei um. Noutra vez, um jovem que encontrei disse que, por três anos procurou uma Bíblia, mas não sabia onde encontrar uma antes de me encontrar. Outro jovem para quem dei um folheto intitulado ‘O justo pelo injusto’, veio até mim, na rua, poucos dias depois e disse: ‘Eu quero para mim este Livro que fala do Justo que morreu pelo injusto,’ e ele comprou uma Bíblia. O lugar mais notável que eu visitei foi os grandes campos de nitrato dos Pampas, na parte norte do Chile. O povo estava tão intensamente interessado que depois que eu preguei um sermão para cada homem que sabia ler, compraram uma cópia da Bíblia, e vendi trinta e cinco Bíblias. Após outra reunião em Iquique, trinta almas vieram à procura do Salvador... Num lugar remoto, distante do interior, onde circulei as Escrituras durante minha última viagem, preguei o Evangelho pela primeira vez ao povo, para cerca de uns cem homens, mulheres e crianças, que se ajoelharam e, comigo, oraram a Deus para perdoar seus pecados. Enquanto viajava no deserto, muitas vezes em meio ao calor do sol tropical que queimava ferozmente, às vezes quase que insuportável, encontrei, um dia, um senhor muito idoso. Em sua cabana preguei o Evangelho de S. João 3:16. Foi a primeira vez que o pobre homem idoso ouviu a história da Cruz. Ele chorou como uma criança, e, comigo, orou para que Deus pudesse salvá-lo, e creio que ele ‘nasceu de novo’...” (Revista All Nations, Agosto de 1903, p. 153-154)

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