Os 75 anos da Sociedade Bíblica do Brasil

 

                                                  Foto: Jornal Batista, nº 28, 08 de Julho de 1948, p. 01

Em 12 de Junho de 1948, “perante numeroso auditório, constituído de membros das diversas comunidades evangélicas do Brasil e de amigos do trabalho das Sociedades Bíblicas, foi inaugurada... a Sociedade Bíblica do Brasil, no templo da Primeira Igreja Batista do Rio...” (Diário de Notícias, 13 de Junho de 1948, p. 8). 

                         Foto: Bible Society Record, Setembro de 1942, p. 105
 O primeiro presidente da Sociedade Bíblica do Brasil foi o bispo metodista César Dacorso Filho (1892-1966). Desde 1948, a Sociedade Bíblica do Brasil editava a revista “A Bíblia no Brasil”. 

No Brasil Império, a Bíblia circulava pela imensidão do Brasil por meio de colportores, que saíam de porta em porta, de vila em vila, de norte a sul, pondo a Bíblia nas mãos de ricos, pobres, prisioneiros e magistrados. Muitos colportores eram contratados pela Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, e pela Sociedade Bíblica Americana.

Dos valorosos colportores que distribuíam a Bíblia pela imensidão do Brasil, destaca-se Frederick Charles Glass (1871-1960), um missionário inglês. 

 

O Sr. Frederick C. Glass juntamente com o missionário canadense Reginald J. Young fundaram em 1901, a Igreja Cristã Evangélica.

Frederick Charles Glass, assim como os outros colportores, distribuiu a Palavra de Deus nos lugares mais remotos do Brasil, como o relatado no artigo “Atravez do território dos índios Carajás”, de autoria do Sr. Glass, publicado no Jornal Batista de 18 de Dezembro de 1919, p. 08: “Deixando Maceió em 27 de Abril, acompanhado do nosso fiel ex-barqueiro e colportor Antão Pessoa, viajando via Rio e S. Paulo, chegamos á margem do grande rio Araguaya, em 7 de Junho, tendo gasto quase um mez, montados nas costas de animaes, atravéz do interior. Ali tivemos a perspectiva de uma longa e aventurosa viagem de umas duas mil milhas descendo em canoa até ao oceano, no Estado do Pará. Nossas provisões eram bastantes mas tivemos que gastar dez dias até se fazer uma canoa bastante ampla e solida para emprehendermos a viagem. Estes dias, entretanto, não foram por nós passados na ociosidade, porque cada tarde ao declinar do sol, eu e o colportor Antão tomavamos logar na escadaria da pequena capella catholica, da decadente povoação de Santa Leopoldina, pregávamos o Evangelho, faziamos orações e larga distribuição de novos testamentos entre os ouvintes. Logo que embarcamos rio acima, vemos que a canoa fôra tão mal feita, que fazia água por todos os lados, de modo que tivemos que gastar mais um dia para calafetar as fendas maiores com alcatrão e resina. Finalmente puzemos a canoa a navegar no dia 17 de Junho, e dois dias depois chegamos ao primeiro aldeamento de Carajás onde tivemos feliz e alegre entrevista com os nossos amigos de tez vermelha. [...]. Descendo o rio, em uma corrente muito favoravel, fizemos uma viagem muito boa; e no domingo de tarde fizemos uma pregação evangélica em S. José, á sombra de uma grande arvore de tamarindo. [...]. Neste lugar deixei grande numero de Novos Testamentos distribuidos com seu poder de derramar luz nos logares escuros. Um homem declarou-me que queria muito aprender a ler, a fim de poder conhecer o conteudo do livro.”

O Jornal Batista, nº 45, 11 de Novembro de 1926, p. 14, traz um fato histórico e curioso em relação à circulação da Bíblia no Brasil em 1822, por meio do artigo de autoria do Reverendo Alexander Telford (1875-1952), agente da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira: Em 1822, uma remessa de 2.000 Biblias e Novos Testamentos chegou a Pernambuco, entrando livre de quaesquer direitos alfandegários, e foram todos os exemplares immediatamente comprados.”

No ano de 1822, ano da proclamação da Independência, a Bíblia entrando no Brasil, sem ter que pagar tributo, já era um sinal de que este Livro Santo se espalharia pela imensidão do Brasil. 

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