Renata da França: uma duquesa que protegia os protestantes

 

Duquesa Renata da França

Nascida na Itália, Renata da França (1510-1575), filha do rei francês Luiz XII, esposa de Hércules II de Este (1508-1559), Duque de Ferrara, acolheu, os partidários da Reforma Protestante que fugiam da perseguição à fé evangélica na França.

Um dos fugitivos que a Duquesa Renata refugiou, foi o reformador João Calvino (1509-1564). João Calvino chegou a Ferrara, Itália, em 1536, e por lá ficou por um mês. Com a presença de João Calvino em Ferrara, a Duquesa Renata passou a interagir com a fé evangélica de um modo mais firme. João Calvino, ocasionalmente realizou culto no Palácio de Ferrara, e fazia pregações privadas.

“A princípio, não surgiu nenhum rumor ou suspeita de sua conversão transpareceu, tal foi o segredo com que Renata conseguiu esconder a sua mudança de crença, mas, finalmente o Duque Hércules, marido dela, ficou sabendo, e, com linguagem muito dura, forçou sua esposa a se conformar com todas as práticas do romanismo. Apesar disso, em 1554, a senhora, não podendo mais dissimular, foi enviada pelo... Duque com toda a sua comitiva de volta à França, e suas filhas foram conduzidas ao convento das freiras do Corpo di Cristo, onde receberam uma educação estritamente religiosa...” (The Leisure Hour, Outubro de 1898, p. 785)

Quando espalhou-se a notícia da ligação de Renata com a fé evangélica, ela foi pressionada a abandonar sua fé. No começo, permaneceu firme, e as cartas enviadas por João Calvino a fortaleciam.

A Duquesa Renata foi trancafiada como prisioneira, e depois que suas filhas foram levadas para o convento, ela, apenas para ser liberta, fingiu renunciar à sua fé. Por causa da notícia do suposto abandono da fé por parte da duquesa, Calvino ficou triste, mas foi assegurado a João Calvino, e aos outros amigos evangélicos de Renata da França, que este suposto abandono da fé era apenas superficial, a fim de se livrar da prisão.

Com a morte do Duque Hércules, a perseguição à fé evangélica se intensificou, e ela se retirou para o Castelo de Montargis, na França.

No Castelo de Montargis, a Duquesa Renata pôde expressar sua fé evangélica com mais liberdade, e ajudou ainda mais o avanço dos ideais da Reforma Protestante. Ali, havia cultos evangélicos com frequência, e a Duquesa Renata lia para seus súditos a Bíblia em francês, e, por causa disto, o Castelo de Montargis chegou a ser chamado de “Hotel de Deus”.

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