Instituto Central do Povo

 

Instituto Central do Povo em 1918

Foto: Selecta, nº 52, 28 de Dezembro de 1918, p. 17

Acervo Fundação Biblioteca Nacional do Brasil

O Instituto Central do Povo é uma instituição social fundada no Rio de Janeiro, em 13 de Maio de 1906, pelo missionário metodista Hugh Clarence Tucker (1857-1956).

“[...] o pregador metodista chamado Hugh Clarence Tucker percorria os arredores dos bairros pobres do Rio de Janeiro, distribuindo Bíblias para a Sociedade Bíblica Americana. As cenas que ele viu o assustaram. Sujeira, doenças, e o crime organizado tornavam algumas partes inseguras para um estrangeiro passar. Descendo pelas docas, então em construção, ele observou os trabalhadores suados e sujos, pararem ao meio-dia para comer um pouco de arroz e feijão frios. Se ao menos fosse possível encontrar alguma maneira de melhorar a saúde e a perspectiva moral dessas pessoas, ele repetia para si mesmo. Um dia ele teve uma ideia: ele parou para conversar com os trabalhadores, descobriu que um deles sabia ler, então lhe entregou uma Bíblia, e sugeriu que durante os poucos minutos que decorreram entre o almoço e o retorno ao trabalho, ele lesse uma porção dela para seus amigos e  colegas. O homem, que nunca teve uma Bíblia em suas mãos antes disto, concordou. O Dr. Tucker fez um ponto ali depois disto para descer para as docas com um de seus colportores da Sociedade Bíblica vários dias por semana, e lá eles ficaram cheios de alegria em ver o número crescente de trabalhadores reunidos ao redor para ouvir a leitura da Bíblia. [...]” (WORLD OUTLOOK, Fevereiro de 1944, p. 11)

O missionário Hugh C. Tucker fundou o Instituto Central do Povo em 1906, no morro do Livramento, no Rio de Janeiro. Com suas próprias palavras, o missionário Hugh C. Tucker assim narrou o começo do Instituto Central do Povo:

“Comprei o terreno de uma família norte - americana. Fica ao lado da chácara onde nasceu o maior dos escritores brasileiros, Machado de Assis. Em 1906, achei que aquele era o lugar para edificar uma escola destinada à classe proletária. A Gamboa era, então, como ainda hoje, infelizmente, um dos bairros esquecidos da cidade. Mas eu pensei que podia transformar muitos daqueles meninos briguentos, fadados á perdição, em homens de verdade. Tudo é uma questão de educação, pois Machado de Assis, que nascera no morro, não se havia tornado um grande homem? E me conta, satisfeito: — Onde hoje se levanta o Instituto Central do Povo, a mesma casa serviu, no tempo da guerra do Paraguai, de fábrica de material bélico. Lá se faziam torpedos, antigamente. Hoje, educam-se crianças...”  (DIRETRIZES, nº 198, 20 de Abril de 1944, p. 25)

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