Bryce W. Ranken em viagem missionária pelo interior de Goiás

Rev. Bryce W. Ranken. Foto: South America, Junho de 1914, p. 37

O Rev. Bryce W. Ranken, no artigo intitulado "Through our field in Goyaz" publicado na revista South America, edição de Junho de 1914, p. 37-45, continua narrando suas viagens missionárias pelo interior de Goiás.

"No dia seguinte no Alemão, nós conseguimos permissão para usar a sala de aula da cidade, que acomoda no mínimo 100 pessoas. Nós fizemos um bom negócio em visitar a cidade durante o dia, e achamos o ânimo da cidade muito agradável. [...] 

Nossa primeira reunião na sala de aula foi frequentada apenas por umas cinquenta pessoas estranhas e extraordinariamente inquietas. Nós três, Sr. Tavares, Sr. Macintyre e eu, fizemos discursos curtos, mas com a conversa constante nas janelas e a inquietação lá dentro, sentimos que falhamos em prender a atenção da nossa audiência. No dia seguinte, nossa presença foi mais que o dobro da reunião anterior, e cerca de trinta tiveram que ser mandadas embora por falta de espaço, mas foi ainda uma reunião muito agitada. No Domingo, tentamos uma reunião ao meio-dia, mas só compareceram cerca de duas dúzias de crianças. A reunião da noite foi muito melhor novamente, mais de 100, e por força de um pedido especial, muito mais quieta e séria. Na manhã seguinte, vimos o primeiro resultado na conversão de dona Lucinda, uma mulher que dá toda a evidência de um desejo real de seguir a Cristo. 

Do Alemão, o Sr. Tavares retornou ao seu campo, enquanto eu procedi para o norte com o Sr. Macintyre, para Nazário, passando no caminho por uma floresta muito bonita. Chegamos a Nazário cedo. É um lugar pequeno, composto por cerca de duas dúzias de casas agrupadas em dois lados de uma grande praça. [...].

Nós tínhamos combinado de ter nossa reunião na sala de aula, mas em vista do grande número de pessoas presentes, nós mudamos nossos planos para o ar livre, e finalmente obtivemos permissão [...] no dia seguinte, depois de distribuir folhetos e fazer uma pequena visita, comprar algumas provisões, etc., fomos para Anicuns, a cerca de doze milhas de distância.

Ali nós fomos hospedados em uma nova casa vazia pertencente a um irmão de um dos convertidos do Sr. Macintyre. Há alguns convertidos agora vivendo dentro e ao redor dessas duas vilas. Um é promotor público, outro é um homem que perdeu todos os dedos das mãos e dos pés e ainda trabalha como carpinteiro, segurando seu martelo, enxó, etc., por meio de anéis nos tocos de seus braços e executando o trabalho mais perfeito. [...].

Nossa casa não tendo uma sala suficientemente grande, e sendo bastante simplória de mobília, nós decidimos ter nossa reunião ao ar livre, e obtivemos permissão para estender nossa lâmina da lanterna sobre os andaimes de uma casa em construção na praça principal. Um bom número compareceu, e foi a reunião mais silenciosa e mais reverente que tive desde Gameleira. O irmão Macintyre me disse que as pessoas desta cidade sempre demonstraram um espírito muito reverente. Vários convertidos foram conquistados aqui. [...]" (South America, Junho de 1914, p. 37-38)

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