Reverendo João Marques da Mota Sobrinho (1883-1964)

 

Extraído de: A Noite, nº 17649, 11 de Julho de 1964, p. 6

O Reverendo João Marques da Mota Sobrinho (1883-1964) era natural de Portugal, onde “nascera em Vizeu, na Beira Alta, a 21 de junho de 1883. A 26 de novembro de 1896 desembarcou do ‘Madalena’, da Mala Real, em Recife... Trabalhou duramente para viver. Vendeu verduras nas ruas do Recife... Conheceu nessa época um sapateiro evangélico que era um obreiro dedicado do Senhor Deus – ex-presidiário em Fernando de Noronha, de nome Luís Augusto Jardim. Com ele estudou a Bíblia, então um livro desconhecido, cerrado nas estantes privilegiadas, mas não obstante difundido pelos ‘bodes’ ou ‘protestantes’. Antes mesmo de professar a sua fé no Salvador Jesus, já trabalhava ombro a ombro com outros obreiros presbiterianos e congregacionais. Em 1902 saiu a campo pelas colunas do ‘Diário de Pernambuco’, apoiando o rev. Salomão Ginsburg, contra o incendiário frade Celestino de Pedávoli. Foi quando o presbítero Vera Cruz acenou-lhe a carreira ministerial como alvo de sua vida. Ingressou assim no Seminário de Garanhuns, onde se preparou, com mais três companheiros, com o rev. George Henderlite. A 29 de novembro de 1905 foi ordenado ao Sagrado Ministério na Igreja Presbiteriana de Natal, RN, e foi pastorear a Igreja da Paraíba. Consorciou-se no Maranhão a 25 de fev. de 1909 com Wilhelmine Lenz César, filha do ver. Belmiro de Araújo César, um dos pioneiros do Evangelismo no Nordeste e Norte do Brasil... De Belém do Pará, em dezembro de 1910, voltou á Mãe Pátria, como missionário enviado do Brasil a Portugal, atendendo aos pelos de Álvaro Reis. Um filhinho de colo enriquecia já então a vida do casal. Na qualidade de 1º missionário do Brasil, foi recebido em Lisboa a 19 desse mês, em solene reunião, no templo da Igreja Escocesa... De volta ao Brasil, com a família aumentada, foi dirigir o internato masculino do Ginásio de Alto Jequitibá, que o casal Constância – Aníbal Nora aí fundaram em 1923. Viajando mais para o interior de Minas, fundou o Ginásio em Caratinga... Lecionou no Mackenzie durante perto de 2 anos, tendo sido um dos pioneiros do ‘Curso Universitário José Manuel da Conceição’ na Sorocabana. Em São Paulo pastoreou três igrejas. A partir de 1930 sua vida recomeça no Rio, onde o Senhor Deus lhe proporcionou um campo de riqueza espiritual sem conta. Tomou conta de várias congregações da Capital Federal no E. do Rio... Dirigiu o Dep. Cultural da ACM foi professor até à aposentadoria...” (A Noite, nº 17649, 11 de Julho de 1964, p. 6)

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