Viagem de Archibald Macintyre com a Bíblia pelo interior

 

Reverendo Archibald J. Macintyre 

“... De suas experiências o Sr. MacIntyre escreve: ‘Deixamos Petrópolis com a intenção de ir tão longe quanto Santa Luzia fica de Carangola, cerca de 200 e 300 milhas de distância. Ocupamos exatamente dois meses na jornada de ida, e um mês e meio para retornar, trabalhando em todas as cidades e vilas que se punham em nossa rota. Nossa tropa consistia de quatro animais, o Sr. Camillo, que é um colportor da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, seu filho e eu. Evitamos as ferrovias o tanto quanto foi possível, para poder adentrar os lugares solitários e mais remotos desta grande terra. Foi uma verdadeira alegria para os nossos corações ressoar o antigo Evangelho pela primeira vez em muitos destes lugares, e ver as faces dos ouvintes iluminadas quando lhes apresentamos Jesus... De fato, algumas vilas se opuseram a nós, e nem receberam nossa mensagem nem nos permitiram permanecer dentro de suas fronteiras, até mesmo nos ameaçando com agressões físicas, mas isto foi exceção mais do que regra. Em outras vilas fomos recebidos como convidados de honra, e portas foram abertas para o Evangelho. Numa vila encontramos um pequeno grupo de convertidos que nos pressionou a ficar uns poucos dias e contar as boas novas, e até mesmo nos ofereceram um bom pedaço de terra para construir uma igreja e uma residência para quem pudesse permanecer e ser pastor desta igreja. Realizamos duas reuniões lá, e veio tal número de pessoas que os três cômodos que estavam à nossa disposição ficaram cheios e muitos tiveram que se contentar em ouvir da rua. Tive a alegria de apresentar um homem ao Salvador. Demonstrando apenas o poder da Palavra de Deus, descobrimos em outro distrito do interior, um grupo de convertidos que há sete ou oito anos atrás receberam a Bíblia de um colportor que esteve ali de passagem. Esses convertidos eram simples interioranos, e quanto mais estudavam a Bíblia, mais criam que a Bíblia é a Palavra de Deus... No interior, o povo tem pouco dinheiro, então em fazendas e cabanas, fomos frequentemente obrigados a negociar nossas Bíblias e Novos Testamentos por coisas que tinham, como: ovos, galinhas, toucinho, arroz ou feijão. Durante a viagem fomos privilegiados em trabalhar em cinco cidades que tem população de dez a vinte mil pessoas, e também em trinta cidades e vilas menores, e em centenas de lugarejos, com o resultado de cerca de 200 Bíblias, 700 Novos Testamentos, 700 porções dos Evangelhos e alguns folhetos foram postos em circulação.”

Trechos do artigo Bible Selling in Brazil de Bryce W. Ranken, publicado na revista The Institute Tie, Vol. IX, nº 1, Setembro de 1908, p. 11-12

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