A chegada de Robert Reid Kalley na Ilha da Madeira

  

Robert Reid Kalley (1809-1888)

“Robert R. Kalley era um jovem médico da Escócia que se sentiu chamado para ser missionário na China. Ele foi ordenado pela Igreja Livre para pregar o Evangelho e em 1838 ele e sua esposa embarcaram para a China. Quando estavam a caminho da China, a Sra. Kalley ficou gravemente enferma. Ficou evidente que ela não poderia suportar a longa viagem para a China, e, voltar para Escócia era impossível, mas, estando perto das belas praias da Madeira, a ilha com o solo roxo, desembarcaram lá. Isso significou uma mudança completa nos planos do Dr. Kalley, mas ele estava determinado a servir ao Senhor, e, o local onde estava, era uma questão de menor importância, desde que estivesse no cumprimento do dever. Dr. Kalley começou a aprender a língua portuguesa, aprendendo sua primeira palavra na noite do dia em que desembarcou. Assim que se familiarizou com as condições viu a necessidade de abrir escolas. Em pouco tempo abriu uma escola para ensinar Inglês, com o objetivo, como é contado, de se familiarizar com a língua portuguesa. Logo havia escolas por toda a Ilha. Do seu próprio bolso, o Dr. Kalley pagava os salários dos professores, e também pagava por todos os livros usados nessas escolas. No começo, este trabalho era muito apreciado e ele foi considerado um benfeitor público. Até mesmo as autoridades municipais da cidade de Funchal, a principal cidade da Ilha, foram constrangidas a passar uma moção de agradecimento pelo que essas autoridades chamaram de ‘seus atos desinteressados de benevolência e filantropia, como o estabelecimento de escolas em diferentes partes da Ilha às suas expensas, e fornecimento às pessoas de atendimento médico e medicamentos gratuitamente’. Enquanto todas essas coisas eram importantes e serviam como uma influência nos corações das pessoas, ainda assim o estado dessas pessoas era deplorável. A ignorância deles em relação à Bíblia era a principal causa da miséria da Madeira, miséria esta que o Dr. Kalley tinha em seu coração aliviar... nenhuma cópia da Bíblia podia ser encontrada, e, raramente o Dr. Kalley encontrava alguém que já tinha ouvido falar da existência de um livro como a Bíblia. Então ocorreu que poucas cópias da Bíblia em português foram trazidas da Escócia e estas cópias foram usadas como livro didático para ensinar o povo pobre a ler... A moção de aplauso logo se tornou censura... o Dr. Kalley foi preso, julgado e condenado à prisão, onde permaneceu por cinco meses...” (The Richmond Virginian, 12 de Janeiro de 1913, p. 3)

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